terça-feira, 7 de abril de 2009

HISTORIA DO BAIRRO DA PAZ



O Bairro da Paz adotou como data de fundação o dia 23 de abril de 1982. Pessoas de baixa renda ocuparam irregularmente um terreno que pertencia à Prefeitura Municipal. A repressão sofrida não surtiu efeito, de forma que a população sempre voltava e reconstruía os barracos. A gravidade dos conflitos entre eles e as autoridades foi aumentando e o caso ganhou destaque na imprensa baiana. Como, na época, a Argentina e a Inglaterra guerreavam pela ilha das Malvinas, assim ficou conhecida a localidade. Enquanto isso, a Prefeitura usava de força policial e demolia os barracos, que a comunidade insistia em reconstruir. Como a ação não surtia efeito, a Prefeitura cedeu e passou a negociar com os moradores, até que conseguiu transferi-los para uma área em Coutos, a Malvinas de Coutos. Naturalmente, depois de perceber que foram ludibriados e que o local não correspondia com o da ocupação inicial por ser um local de difícil acesso, a maioria dos moradores saiu de lá e voltou a ocupar a mesma área de antes, em 1986. Mais uma vez houve o uso da força policial e derrubadas, mas o Governo de Waldir Pires interveio para que o conflito cessasse, enfim. Os moradores foram cadastrados e foi elaborado um projeto para o Bairro, que não chegou a concretizar-se. Com o término das derrubadas, o bairro estabilizou-se teve seu maior crescimento. De acordo com o IBGE, em 1991, havia 11.241 habitantes, em 1996, esse número pulou para 40 mil e, hoje, há cerca de 65 mil habitantes no bairro. Ou seja: nos dez anos seguintes a re-ocupação, o número de moradores aumentou em mais de 300%, enquanto, de 96 para hoje, o aumento foi de 62,5 %. Em 1996, o bairro foi ligado ao abastecimento de água potável pela Embasa, nessa época, lá já havia luz elétrica. O título de posse foi entregue a moradores no segundo mandato da Prefeitura de Imbassaí. Devido à sua história de árdua ocupação, o Bairro da Paz tem uma comunidade forte e uma das associações de moradores mais ativas da cidade. A construção de cada equipamento do bairro foi conseguida pressionando as autoridades, através da presença de manifestantes na Câmara Municipal até barricadas na Paralela. Hoje há cooperativas, grupos culturais diversos, escolas e pequenos cursos que pululam no bairro.

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